Aviso ao iniciante ou aspirante a karate-ka: existem inúmeros mestres e "academias" picaretas espalhadas em todos os cantos do Brasil e do mundo. Eis uma pequena lista de dicas sobre como fugir de enganações ou pular fora delas.
Top 8 picaretas:
1 - "Nosso treino não é para qualquer um";
2 - "Você deve ser fiel ao meu estilo"/"Você não pode treinar outras artes";
3 - "A nossa mensalidade é $$";
4 - "Nosso mestre treinou e juntou o melhor do judo, taekwondo e capoeira ao karate e com isso criou um estilo perfeito";
5 - "Nosso uniforme é branco, mas temos também amarelo, azul, preto...";
6 - "Buda diz que você sempre deve socar com o dedinho levantado, então faça isso no karate";
7 - "Você vai aprender a usar armas no karate";
8- "Nosso estilo é reconhecido pela justiça brasileira".
Comentários
1- Essa desculpa não passa de estratégia de marketing barato para fazer você acreditar que dentro do estilo só existem pessoas quase invencíveis com algum segredo que nenhuma outra arte detém, e que se você aguentar os treinos deles se tornará um super-homem. Não caia nessas propagandas que prometem demais
2- Nenhum professor pode proibir seus alunos de treinarem o que bem entenderem. Isso não passa de tentativa de evitar que os alunos adquiram conhecimento lá fora, questionem a arte do picareta e que pulem fora.
3- Mensalidades e eventos com custos altos demais pode significar que o seu Sensei só quer explorar financeiramente seus alunos.
4- Karate é uma arte. Judo é outra. Capoeira é outra. Não existe estilo de karate que misture quaisquer outras artes marciais, pois do contrário não se chama karate. Misto de muitas artes provavelmente é um forte indício de que o mestre treinou pouco de cada, não se especializou em nada e juntou o pouco que sabia de cada uma pra cobrir as próprias "deficiências". Ser faixa-preta em qualquer arte marcial é (ou pelo menos deveria ser) sinônimo de anos de dedicação, muitas vezes exclusiva àquela arte. Bons mestres trazem no máximo 3 artes diferentes na bagagem.
5- O karate-Gi (uniforme) é SEMPRE branco sem detalhes de fitinhas, propagandinhas de refrigerantes e retalhos do gênero.
6- Ok, o exemplo não foi bom, mas a dica é: desconfie de mestres que entrelacem o treino à práticas religiosas. O karate traz consigo muitas influências do Zen-Budismo e do Xintoísmo, mas nem por isso seu professor deve querer que você se torne um sacerdote de alguma dessas correntes. Atrelar karate a cristianismo ou qualquer outra religião ocidental é uma falta ainda pior.
7- Frase muito mal interpretada por aí, as armas do karate nada mais são do que suas mãos, cotovelos, joelhos e pés. Não vá treinar achando que você vai aprender a manusear nunckakus, bastões, tonfas, e etc. Karate é a "arte das mãos vazias", o que é auto-explicativo. Mesmo que o seu sensei te ensine a manusear tais armas, trata-se de uma outra arte desenvolvida paralelamente ao karate: o Ryukyu Kobudo.
8- Quando os cursos de direito no Brasil tiverem treinos e matérias voltadas para o estudo de artes marciais, a gente conversa. Karate é uma arte genuinamente japonesa e não existe qualquer documento reconhecido pela justiça que legitimize o karate ou determinado mestre. Graças à lei Zico, até picaretas abrem suas próprias organizações sem critério algum.
Oss!
25 de ago. de 2009
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